10 de dezembro de 2009

ARTIGOS DOS BISPOS "O que Fazer?"

Celebrar o Natal é renovar a própria vida na construção de uma nova sociedade. A marca principal deve ser a solidariedade, a mesma trazida por Javé, ao nascer como Deus e homem. O Advento então é momento de discernimento e de preparação para as festas natalinas.
Natal é vivência de otimismo, de alegria e esperança. É como um casamento de Deus com seu povo, trazendo libertação e vida. O povo vivia em ruínas, em exílio pela má ação de seus governantes. Agora surge uma nova liderança, que é o próprio Deus, iniciando com os sofredores uma nova história.
O nascimento de Jesus reabilita a identidade do povo e o convoca para ações libertadoras e de vida. O processo passa por atitudes de conversão, de superação das questões sociais que afetam as pessoas, mudando as relações para uma vida mais fraterna e digna, com valores humanos e solidários.
O que deve ser feito é a partilha, dando uma das túnicas a quem não tem. Partilhar os bens da criação, evitando práticas baseadas na ganância e no acúmulo, com enriquecimento fácil e ilicitamente. Converter-se significa entrar na justiça do Reino, que vai além da justiça dos homens.
O encontro pessoal com Jesus Cristo no Natal deve realizar uma nova história e uma nova sociedade. É a alegria da festa fazendo surgir comunidades fraternas, onde todos passam a agir com objetivos comuns e com muito equilíbrio. Aí tudo é resolvido em clima de diálogo e de oração.
Realmente as primeiras comunidades cristãs foram modelo. Tinham tudo em comum a ponto de partilhar os seus bens, não deixando ninguém passar necessidade. Com isto viviam em paz e convictos da presença de Deus em seu meio. Isto desmascara a sociedade regulada pelas injustiças e pelo egoísmo.
O Natal se aproxima. No dizer de João Batista, os caminhos precisam ser refeitos, aplainados, dando espaço para a chegada do Menino-Deus. Montes e baixadas precisam ser nivelados. O coração das pessoas deve ser refeito e ter sensibilidade para acolher com carinho Aquele que chega.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Fonte: CNBB

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