Não vou entrar na campanha político-partidária porque não é a minha missão. Cabe a mim como responsável diante de Deus ajudar as pessoas que acreditam no Evangelho a fazer com que o seu voto seja coerente e não apenas fruto de emoções passageiras.Das escolhas feitas decorrem consequências que irão nortear o futuro do Brasil e do Estado pelos próximos quatro anos. Portanto, o momento exige reflexão, diálogo, escuta e análise da vida passada e das propostas apresentadas pelos candidatos, frente aos grandes desafios por que passa a coletividade em relação à saúde, educação e segurança pública. Não há discordância de que o Brasil está num momento particular, peculiar, com oportunidades expressivas, tanto no exterior quanto internamente sob o ponto de vista da economia. Entretanto, por outro lado, também continua com problemas de extrema pobreza, com enorme concentração de renda nas mãos de alguns poucos, acentuada pela grave crise de corrupção que se estende por todos os níveis do Estado. Diante desse quadro tão avassalador, o eleitor precisa, em primeiro lugar, valorizar o seu voto e combater a corrupção eleitoral, integrando-se nos comitê da sua cidade, e trabalhando pela eficácia da Lei da Ficha Limpa. O primeiro critério deve ser esse: a atenção à moralidade do candidato. Ver seu histórico e a sua atuação ao longo dos anos, não apenas nos últimos tempos, não apenas aparecendo nas igrejas em tempo de eleição.
Lembremo-nos de que para os eleitores cristãos há pontos fundamentais que para a Igreja Católica não podem ser negociados. Destaque para a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural. Então, não pode ser votado um candidato que é a favor do aborto. Outro grande tema: a defesa da família. A família é feita de homem e mulher, e por isso o alerta sobre os candidatos favoráveis a casamentos entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de crianças por casais homoafetivos.
Devem ser votados candidatos que defendem e apoiam a família humana, segundo o plano de Deus. Outro aspecto a ser observado diz respeito à liberdade de educação, com a valorização da escola pública, da escola particular e uma atenção específica ao ensino religioso. Escolher candidatos que apoiam o ensino confessional e plural. Outros critérios como o da solidariedade - a atenção prática, concreta, aos menos favorecidos, aos mais pobres e da "solidariedade" - na qual, grupos e famílias, podem ser iniciativas próprias para, por exemplo, construir creches e escolas, moradias populares, sem que o poder central possa interferir, mas, sim, subsidiá-los. Por fim, merece a atenção àqueles que se esforçam para construir uma cultura da paz, uma cultura da vida em plenitude para todos. Vemos que a responsabilidade é enorme para cada eleitor, que será sempre protagonista da Democracia.
Dom Bernadino Marchió
Bispo Diocesano de Caruaru
FONTE: JORNAL VANGUARDA (CARUARU-PE)
Bispo Diocesano de Caruaru
FONTE: JORNAL VANGUARDA (CARUARU-PE)
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