ARTIGO DO BISPO "Dia Missionário Mundial""

Durante o mês de outubro a Igreja Católica volta as suas atenções para a celebração do Dia Mundial Missionário. Este ano será celebrado no domingo 23 e todas as comunidades já estão refletindo sobre o tema escolhido pelo Papa Bento XVI: "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio..." (Jo 20,21). Anunciar o Evangelho escrevia o Beato João Paulo II no ano 2000, é o serviço mais preciso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que está em busca das razões profundas para viver em plenitude a própria existência! Com efeito o anúncio incessante do Evangelho vivifica a Igreja, o seu fervor, o seu espírito apostólico renova os seus métodos pastorais a fim de que sejam cada vez mais apropriadas às novas exigências do terceiro Milênio. O Evangelho, de fato, não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar, uma boa notícia a conviver. E para aprofundar estas reflexões acompanharemos alguns trechos da Mensagem de Bento XVI para o Dia Missionário Mundial.
A atenção e a cooperação na obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem ser limitadas a alguns momentos ou ocasiões particulares, e nem devem ser consideradas como uma das tantas atividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, deve estar sempre presente. É importante que tanto cada batizado como as comunidades eclesiais se interessem pela missão não de modo esporádico e irregular, mas de maneira constante, como forma de vida cristã. O próprio Dia Missionário não é um momento isolado no decorrer do ano, mas uma ocasião preciosa para nos determos e refletirmos se e como correspondermos à vocação missionária; uma resposta essencial para a vida da Igreja.
A evangelização é um processo complexo e inclui vários elementos. Entre estes, uma atenção peculiar da parte da animação missionária sempre dada à solidariedade. Este é também um dos objetivos do Dia Missionário Mundial que, através das Pontifícias Obras Missionárias, solicita a ajuda para a realização das tarefas de evangelização nos territórios de missão. Trata-se de apoiar instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja mediante os catequistas, os seminários, os sacerdotes; e também de oferecer a própria contribuição para o melhoramento das condições de vida das pessoas em países nos quais são mais graves os fenômenos de pobreza, subalimentação, sobretudo da missão da Igreja. Anunciando o Evangelho, ela toma a peito a vida humana em sentido pleno. Não é aceitável, afirmava o Servo de Deus Paulo VI, que na evangelização se descuidem os temas relativos à promoção humana, à justiça e à libertação de todas as formas de opressão, obviamente no respeito pela autonomia da esfera política. Não se interessar pelos problemas temporais da humanidade significaria "esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo que sofre e está em necessidade"; não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus, o qual percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova do reino e curando todas as enfermidades e doenças.
Assim, através da participação co-responsável na missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos concedeu, e colabora para a realização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade. Os desafios que ela encontra chamam os cristãos a caminhar juntamente com os outros, e a missão faz parte integrante deste caminho com todos. Nela conservaremos, embora em vasos de barro, a nossa vocação cristã, o tesouro inestimável do Evangelho, o testemunho vivo de Jesus morto e ressuscitado, encontrado e acreditado na Igreja.
E Bento XVI terminava a sua mensagem com a sua bênção: "O Dia Missionário reavive em cada um o desejo e a alegria de ir ao encontro da humanidade levando Cristo a todos. Em seu nome concedo-vos de coração a Bênção Apostólica, em particular àqueles que mais trabalham e sofrem pelo Evangelho".

Dom Bernadino Marchió
Bispo Diocesano de Caruaru-PE
FONTE: JORNAL VANGUARDA (CARUARU-PE).