27 de novembro de 2011

ARTIGO DO BISPO "A Tenda da Comunhão"

Na semana passada a Diocese de Caruaru realizou a sua XX Assembléia de Pastoral com a presença de todos os padres e diáconos (60), das religiosas (10) e dos representantes leigos (140) das Paróquias e das coordenações de pastorais, comunidades e movimentos, renovamos o compromisso de evangelizar os 850.000 habitantes desta Diocese porque temos consciência de que a Palavra de Deus é luz, esperança e vida para todos. Tomamos também a decisão de olhar com mais carinho para a evangelização e a orientação vocacional das crianças, dos adolescentes e dos jovens.
A Assembléia começou ao redor da Palavra de Deus, debaixo de uma tenda para nos lembrar uma grande verdade: nesta terra tudo é provisório, precisamos caminhar sempre em busca da plenitude.
A Boa Nova da salvação veio ao mundo, por iniciativa amorosa de Deus Pai e do Espírito Santo, pelo envio a nós da Palavra eterna, o Filho Amado. A chegada do Messias foi anunciada pelos Profetas como um evento esperançoso e de grande alegria para toda a humanidade, como recordamos no Advento; quando Jesus nasceu, o anjo anunciou aos pastores de Belém que esta era uma "boa notícia para todo o povo". Jesus anunciou a chegada do Reino de Deus como o maior bem para o homem, em função do qual vale a pena investir e arriscar tudo na vida. Enviando seus discípulos ao mundo, Ele os encarregou da proclamação desta Boa Nova a todos os povos.
Assim, a Igreja fez ao longo dos séculos e vai continuar a fazer também no presente e no futuro. Todos os batizados são beneficiados por este "belo anúncio"; a Igreja vive da fé que brota da evangelização e caminha na esperança da plena realização das promessas de Deus. Ao mesmo tempo, esta não é uma obra para poucos: todos os batizados são, por graça de Deus, discípulos e missionários de Jesus Cristo. Nem todos os fazem do mesmo modo, mas todos precisam sentir-se envolvidos com isso.
A Igreja conta com a participação de todos para comunicar o bem que ela recebeu de Jesus, através dos apóstolos, de geração em geração. Também hoje isso não deve ser interrompido. Mas corremos o risco de não mais passar o patrimônio de nossa fé e da vida eclesial para a próxima geração: quando os filhos não são mais batizados, não aprendem mais as primeiras orações e as noções mais elementares sobre Deus e a fé já nos lares; quando não são levados à Igreja para a catequese de iniciação à vida cristã, nem introduzidos na vida da comunidade eclesial; quando não fazem mais a primeira comunhão, nem são crismados... Este risco é mais real do que imaginamos!
E quando os jovens não casam mais na Igreja, nem buscam a bênção e a assistência de Deus para formarem um novo lar cristão, completa-se o rompimento da corrente da transmissão da fé. Perde-se a referência a Deus, volta-se ao paganismo... Não queremos nós ser o elo da corrente, que se rompe! Podemos mudar isso, quando fazemos todos a nossa parte na evangelização, ou seja, na vivência pessoal da fé, no testemunho cristão no mundo e na transmissão da fé às novas gerações. Tenhamos a certeza de que isso é bom e faz bem à pessoa e à sociedade.
Os que participaram da Assembléia Diocesana de Pastoral tomaram consciência dos grandes desafios que nos esperam. Todos, porém, sabem que é o Espírito Santo que dirige a Igreja. E o Espírito de Deus quer que vivamos unidos para dar ao mundo o testemunho da fraternidade: assim começaram os primeiros cristãos e conquistaram o mundo.
Dom Bernadino Marchió
Bispo Diocesano de Caruaru - PE
FONTE: JORNAL VANGUARDA (CARUARU-PE)

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