8 de janeiro de 2012

MISSA DA EPIFANIA DO SENHOR

Epifania, em grego, significa manifestação: celebramos a manifestação de Deus ao mundo, representado pelos reis magos que vêm adorar o menino Jesus em Belém.
Ele é a luz que brilha não só para o povo oprimido de Israel (como anuncia a 1ª leitura na noite de Natal), mas também para todos os povos, segundo a visão do profeta universalista que escreveu o fim do livro de Isaías.
Essa visão recebe um sentido pleno quando os magos vindos do Oriente procuram, nos arredores de Jerusalém, o Messias que devia nascer da estirpe de Davi (Evangelho). A 2ª leitura comenta, mediante o texto de Ef 3,2-6, esse fato como revelação do mistério de Deus para Israel e para os pagãos. Assim, a liturgia de hoje realça o sentido universal da obra de Cristo. Mas não se trata do universalismo abstrato, global e midiático de nosso mundo contemporâneo. A inserção de Jesus na humanidade, que contemplamos no domingo passado (na festa da Mãe de Deus), acontece num ponto bem concreto e modesto: um povoado que nem está no mapa dos magos! O ponto por onde passa a salvação não precisa ser grandioso.
O humilde povoado visitado pelos magos representa a comunidade-testemunha, o contrário do reino do poderoso Herodes. Belém é centro do mundo, porém não para si mesma, e sim para quem procura a manifestação de Deus. A estrela parou não sobre Roma nem sobre a Jerusalém de Herodes, mas sim sobre a Belém do presépio. Essa estrela não se importa com o poder humano. Deus manifesta-se no meio dos pobres, no Jesus pobre.
Extraído de: VIDA PASTORAL "Revista Bimestral para Sacerdotes e Agentes de Pastoral". ano 53. número 282. Janeiro / Fevereiro 2012. p 43/44. Paulus.

Nenhum comentário: