29 de janeiro de 2012

MISSA DO 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Uma das características do antigo judaísmo é seu caráter profético, a presença de personagens carismáticos, considerados porta-vozes de Deus. A figura do profeta ganhou sua imagem “clássica” no livro do Deuteronômio, iniciado no tempo da reforma religiosa de Josias (± 620 a.C.) e apresentado como recapitulação da Lei de Moisés.
O profeta deve ser alguém como Moisés, alguém que fale de modo confiável em nome de Deus (1ª leitura). Com o tempo, a figura do “profeta como Moisés” tornou-se imagem do Messias que havia de vir. O evangelho de hoje (Mc 1,21-28) apresenta Jesus segundo esse modelo, como alguém que ensina “com autoridade”, não como os escribas! Essa autoridade evoca o poder profético de ensinar no nome de Deus e fazer sinais que confirmem a palavra. Entretanto, paira um mistério sobre a figura de Jesus no Evangelho de Marcos. Jesus proíbe aos discípulos e aos beneficiados de suas curas publicar o exercício de sua “autoridade” que eles presenciaram.
O mistério da identidade de Jesus só será desvendado na hora da morte, quando o centurião romano proclamar: “Este homem era verdadeiramente Filho de Deus” (15,39). Só na morte fica claro, sem ambiguidade, o modo e o sentido da obra messiânica de Cristo, segundo “os pensamentos de Deus” (cf. Mc 8,31-33). A 2ª leitura é tomada, mais uma vez, das “questões práticas” de 1 Coríntios. Na linha da “reserva escatológica” (cf. domingo passado), Paulo explica as vantagens do celibato, ao menos quando assumido com vistas à escatologia.
Extraído de: VIDA PASTORAL "Revista Bimestral para Sacerdotes e Agentes de Pastoral". ano 53. número 282. Janeiro / Fevereiro 2012. p 51/52. Paulus.

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