11 de fevereiro de 2012

MISSA DO 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia de domingo passado mostrou que Jesus não se deixou “privatizar” pela população de Cafarnaum, mas seguiu sua vocação para ir a outras cidades também. Hoje vemo-lo saindo para a margem da sociedade, para os lugares desertos onde viviam aqueles que na época eram chamados leprosos. Estes eram intocáveis, tabu! Jesus quebra esse tabu e, no fim, acaba ocupando o lugar do doente, nos “lugares desertos”.
Como nos evangelhos anteriores, vemos aqui uma indicação velada da personalidade de Jesus. Autoridade e compaixão, duas qualidades dificilmente compatíveis no ser humano, são as feições divinas que se deixam entrever no agir de Jesus. E revela-se sua superioridade em relação à Lei, segundo a qual Jesus não poderia tocar no leproso. Ele não depende da Lei para realizar o bem da pessoa. Por autoridade própria, reintegra o ser humano que a letra da Lei marginaliza.
Este tema convida a uma catequese sobre a reintegração dos que são marginalizados. Para que nós, como membros do Cristo, possamos realmente vencer a marginalização, será preciso agir com uma autoridade que esteja acima das convenções constrangedoras do sistema em que vivemos. Precisamos encarnar, de modo operante, essa compaixão reintegradora, neutralizando os mecanismos de marginalização e exclusão com a força divina da verdadeira solidariedade, baseada no amor.
A 2ª leitura continua o tema de domingo passado, sobre as carnes oferecidas aos ídolos. Paulo se apresenta a si mesmo como exemplo, pois o pregador deve ser a ilustração daquilo que prega. O apóstolo quer agradar a todos, não para lograr sucesso pessoal, mas para o bem de todos, a fim de que se deixem atrair por Cristo. Este texto é uma das mais lindas exortações que a Bíblia contém.
Extraído de: VIDA PASTORAL "Revista Bimestral para Sacerdotes e Agentes de Pastoral". ano 53. número 282. Janeiro / Fevereiro 2012. p 56 / 57 . Paulus.

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