Seguindo sua viagem a Jerusalém, Jesus instrui os discípulos sobre a verdadeira atitude de quem se dirige a Deus em oração. A parábola do fariseu e do publicano inicia-se revelando os destinatários. Ambos, no Templo, buscam relacionar-se com Deus mediante a oração. Evidencia-se, porém, uma profunda contradição entre a palavra e a ação. Em cena, novamente, a hipocrisia e a falsidade do fariseu e a humildade do publicano.
O livro do Eclesiástico mostra que a oferta e a oração dos órfãos e das viúvas encontram acolhida de Deus. Desagradáveis são as ofertas desonestas dos poderosos que, por meio delas, desejam estabelecer uma relação comercial com ele. Oferecer a Deus os frutos da exploração é uma tentativa de suborno. Deus é justo e ampara os pobres em suas dificuldades. Estes agradecem sua ação misericordiosa. O profeta Isaías adverte: Deus aceita a oração que brota da prática do bem e da justiça. Só a justiça é capaz de mover Deus para que incline seus ouvidos e escute a oração, transforme o coração e mude o pecado em compaixão e perdão.
O Senhor nos convida a vencer a autossuficiência que esvazia nossa missão. Convoca-nos ao seguimento pessoal e confiante, cultivado pela oração sincera e humilde de quem reconhece que a salvação é graça de Deus. “O culto que agrada a Deus nunca é um ato meramente privado, sem consequências nas nossas relações sociais: requer o testemunho público da própria fé. Evidentemente, isto vale para todos os batizados, mas impõe-se com particular premência (urgência) a quantos, pela posição social e política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais”. O Apóstolo Paulo garante que todos os que lutam por uma causa esperam e confiam que essa luta vai lhes trazer a vitória. Que nossa oração e nosso louvor brotem da experiência da bondade do Senhor, e não de nossos méritos.

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