Para ‘‘ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé'', a seu tempo o papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé, confirmado pelo atual sucessor de Pedro e Bispo de Roma, o papa Francisco. Durante todo o ano, fomos positivamente provocados a experimentar e testemunhar a fé que recebemos no Batismo. ‘‘Professar a fé na Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - equivale a crer num só Deus que é Amor: o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor'' (Bento XVI, ‘‘A Porta da Fé'', 1).
Neste domingo (24), festa de Cristo Rei, a Igreja Católica vai celebrar o encerramento deste abençoado Ano da Fé, que, entre outras alegrias, nos deu também o papa Francisco. E com ele, o sucessor de Pedro, nós queremos continuar a professar a fé para melhorar as famílias, a sociedade e a Igreja.
Professar a fé em nossas famílias, tomando consciência de que os pais começam a evangelizar os filhos a partir da concepção dos mesmos. Como os pais são os primeiros catequistas das crianças, a confissão da fé passa pelo afeto com que são cuidados, pelo ambiente familiar correspondente à fé católica, para depois encaminhá-los à Igreja e aos Sacramentos. Os valores cristãos da sinceridade e da verdade, a honestidade e a retidão pessoal, cultivadas em casa, atraem muitas outras pessoas. Também sobre essa fé simples e profunda se edifica a Igreja!
Professar a fé publicamente, com a coragem de não esconder as certezas que dela recebemos. Não é possível aos cristãos compactuarem com a cultura da morte, representada pela mentalidade abortista e antivida. Os valores da dignidade da pessoa humana, da família e da verdade são irrenunciáveis. Radical seja o combate contra a corrupção, a mentira e o relaxamento da consciência. Firme a solidariedade com os mais pobres e sofredores, corajosa a voz levantada em defesa dos mais fracos. Manifestar de forma varonil as convicções, das ruas aos parlamentos, passando pelas relações comerciais e profissionais, o trato com o dinheiro público e a fidelidade aos compromissos assumidos! Trata-se de um leque aberto, cujas expressões serão suscitadas pelo Espírito Santo! Na história dos santos, homens e mulheres foram reconhecidos como ‘‘confessores'' da fé. Aqui está a vertente a ser seguida pela maior parte dos cristãos!
Professar a fé publicamente significa cerrar fileiras com o sucessor de Pedro e os Bispos em comunhão com ele. Quer dizer comprometer-se em ser Igreja de portas abertas, sem medo da ternura e da bondade, superando a tentação de permanecer voltados para si mesmos. Abrir-se ao desafio missionário, abraçar a causa da evangelização em primeira pessoa! Sim, fé professada é fé testemunhada segundo o dom recebido de Deus. São Paulo abriu um largo horizonte dos serviços na Igreja, para que ninguém fique de fora: ‘‘Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de conhecimento segundo o mesmo Espírito. A outro é dada a fé, pelo mesmo Espírito. A outro são dados dons de cura, pelo mesmo Espírito. A outro, o poder de fazer milagres. A outro, a profecia. A outro, o discernimento dos espíritos. A outro, diversidade de línguas. A outro, o dom de as interpretar. Todas essas coisas as realiza um e o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer. Um só corpo, muitos membros'' (1 Cor 12, 4-12).
Dom Bernardino Marchió
Bispo diocesano de Caruaru-PE
FONTE: JORNAL VANGUARDA (CARUARU-PE)

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