22 de março de 2014

QUARESMA , TEMPO DE CONVERSÃO (1º Parte)











Marcada por significativas celebrações, a Quaresma nos permite refazer a peregrinação pascal de Jesus. Descortina um caminho espiritual em que retomamos o nosso batismo, rumo à Páscoa, ponto alto do ano litúrgico, mistério fundamental de nossa fé. Cada celebração, neste tempo, deve ser forte experiência de êxodo, de passagem da escravidão para a liberdade, do individualismo para a solidariedade.

Nada é mais alto do que o abaixamento da cruz, porque lá se atinge verdadeiramente a altura do amor.”
(Papa Francisco, mensagem aos bispos brasileiros durante a JMJ, 2013) 

1. Quaresma: caminho catecumenal, de conversão e de reconciliação, rumo à Páscoa, como sinal sacramental da salvação, a Quaresma abre progressivamente o ciclo pascal e, cada ano, descortina-nos um caminho espiritual em que retomamos nosso batismo, rumo à Páscoa, ponto alto do ano litúrgico, mistério fundamental de nossa fé, cuja expressão máxima é a Vigília Pascal. A Quaresma começa na quarta-feira de Cinzas e vai até a manhã da quinta-feira santa, com a celebração da bênção dos santos óleos. A celebração do domingo de Ramos abre a Semana Santa. A Páscoa da Ceia na quinta-feira santa, à noite, dá início ao solene Tríduo Pascal.
Durante 40 dias, a Quaresma nos encaminha para a Páscoa, ajudando-nos a reviver a experiência do povo de Deus, que amadureceu sua fé na travessia do deserto, e a experiência de Jesus, que, após intenso tempo de oração e jejum no deserto, assume sua missão com solidária e total entrega.
Neste “tempo favorável” de busca e aprofundamento de nossa vocação de discípulos/as missionários/as de Cristo, assumimos percorrer, com ele, o caminho que passa necessariamente pelas mais diversas tensões e tentações, caminho de total doação até a cruz, em fidelidade ao projeto do Pai. A cada passo, vamos recebendo o vigor, a iluminação, a ternura e a alegria do seu Espírito para proclamarmos a vitória da vida, com o dom cotidiano de nossa vida aos irmãos, enquanto lutamos contra todas as formas de idolatria, violência, exploração, injustiça e morte que, dolorosamente, persistem em nosso mundo, dominam, escravizam e degradam nossa condição humana frágil e pecadora.
Marcada por significativas celebrações, a Quaresma nos permite refazer a peregrinação pascal de Jesus. Cada celebração, neste tempo, deve ser forte experiência de êxodo, de passagem da escravidão para a liberdade, do individualismo para a solidariedade, do comodismo para a militância, da morte para a vida, para que possamos fazer de nossa vida uma Páscoa contínua:
Na quarta-feira de Cinzas, abrindo-nos para sincera conversão e maior adesão ao evangelho com a imposição das cinzas;
Nos cinco domingos da Quaresma, sustentando-nos e conduzindo-nos progressivamente na caminhada até a Páscoa;
No domingo de Ramos, início da Semana Santa, fazendo-nos participantes do despojamento e da glorificação de Cristo;
Na quinta-feira santa de manhã, fechando a Quaresma com as bênçãos dos santos óleos.
Em adição a isso, há ainda celebrações penitenciais, vias-sacras, ofício divino, retiros espirituais e outras expressões celebrativas, muito abundantes neste tempo, reavivando a mística pascal das comunidades.
Caminho de renovação batismal: A Quaresma é originalmente, e por excelência, um tempo batismal. A liturgia da Palavra da Quaresma do Ano A constitui valioso itinerário de fé e de adesão crescente, consciente e livre à proposta de Jesus, seja do ponto de vista dos textos bíblicos, seja do ponto de vista dos textos dos prefácios, afinados com o evangelho de cada domingo, em vista da preparação dos catecúmenos para o batismo e de toda a Igreja para a renovação da consagração batismal na Vigília Pascal.

FONTE: Revista Vida Pastoral

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